- As previsões para instalações fotovoltaicas globais em 2024 têm sido continuamente revisadas para cima.
- Liderando o crescimento estão a China, os Estados Unidos, a Índia, a Alemanha e o Brasil, que se estima serem responsáveis por 75% das adições globais de energia solar até 2024.
2024 confirma-se como um ano de crescimento extraordinário da energia fotovoltaica. De acordo com um novo relatório do think tank de energia Ember, instalações globais de sistemas de energia solar superará as previsões mais otimistasatingindo 593 GW adicionados até o final do ano. Este valor representa um aumento de 29 por cento em relação a 2023, um ano que já tinha registado um aumento impressionante de 87 por cento em relação a 2022.
Fotovoltaica é a fonte de energia mais barata
“A energia solar continua a crescer mais rápido do que o esperado, confirmando-se como a fonte de eletricidade mais barata do mundo”, afirma Euan Graham, analista de dados de eletricidade da Ember, sublinhando o ritmo surpreendente de crescimento do setor. O especialista destaca ainda como o crescimento solar nos mercados consolidados está a ser acompanhado por uma aceleração nos países emergentes, elevando as novas instalações a níveis nunca antes vistos. “É essencial – acrescentou Graham – que os países planeiem um futuro baseado na energia solar, para explorar plenamente o seu potencial de baixo custo”.
A análise da Ember, baseada em dados atualizados até julho de 2024, alinha-se com as previsões já prósperas da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), a equipe de especialistas globais em energia, e excede as estimativas fornecidas em janeiro em quase 200 GW pela Agência Internacional de Energia (AIE). Outras grandes organizações, como a SolarPower Europe, também reviram as suas previsões em alta: de 401 GW em junho de 2023, a perspetiva global para 2024 foi atualizada para 544 GW em junho deste ano.
Fotovoltaico versus carvão: a comparação da capacidade energética
Novas instalações solares em 2024, segundo Ember, provavelmente excederá a capacidade total de energia alimentada a carvão adicionado globalmente desde 2010, igual a 540 GW. Estes dados representam um passo crucial no sentido de alcançar os objectivos climáticos, embora continue a ser necessário manter este ritmo para se alinhar com o limiar crítico de 1,5°C de aquecimento global.
A análise destaca que 75 por cento das novas instalações globais de energia solar em 2024 estará concentrado em cinco países: China, Estados Unidos, Índia, Alemanha e Brasil. Lá China confirma o seu papel dominante no mercado solar. Nos primeiros sete meses de 2024, as instalações de capacidade solar cresceram 28 por cento em comparação com o mesmo período de 2023, com uma previsão de 334 GW de nova capacidade até ao final do ano, representando 56 por cento do total global.
O’Índiapor sua vez, registou um aumento impressionante de 77 por cento nas instalações fotovoltaicas em comparação com os primeiros sete meses de 2023. Em maio de 2024, o país já tinha ultrapassado o total de instalações de todo o ano anterior e está atualmente em vias de adicionar 23 GW. de nova capacidade até dezembro.
No Estados Unidoso setor solar registou um crescimento de 55 por cento nos primeiros seis meses de 2024, com 20 GW de novas instalações em comparação com o mesmo período do ano passado. Em Alemanhaa meta de capacidade solar para 2024 já foi alcançada e o país prepara-se para atingir a nova meta definida para 2026 no seu Plano Nacional de Energia e Clima.
Desafios futuros: capacidade de rede e armazenamento
Além destes mercados estabelecidos, a energia solar também está se expandindo para novas áreas. Paquistão, Arábia Saudita, Filipinas, Emirados Árabes Unidos, Tailândia E Omã estão entre os países emergentes que beneficiam de um crescimento significativo graças à exportação de tecnologias solares da China.
E em Itália? Em 30 de junho de 2024, mais de 1,7 milhão de sistemas fotovoltaicos estavam conectados, totalizando uma potência de 33,62 GW. Nos primeiros seis meses do ano, foram conectadas 169.003 novas usinas, totalizando 3,34 GW, um aumento de 44 por cento em comparação com o primeiro semestre de 2023. É o que emerge dos cálculos da Italia Solare, com base nos dados de Gaudì de Terna.
Apesar do progresso extraordinário, desafios ainda precisam ser enfrentados para garantir o crescimento sustentável da energia solar. A capacidade das redes elétricas e o desenvolvimento de sistemas de armazenamento de baterias serão cruciais para gerir a distribuição de energia e cobrir os horários em que a produção solar não está no máximo. Se estes obstáculos forem abordados de forma adequada, observa Ember, a energia solar está preparada para exceder ainda mais as expectativas para o resto da década, consolidando o seu papel como um pilar da transição energética global.