De 4 a 7 de novembroo Feira de Rimini acolhe uma nova edição do Ecomundoo principal evento europeu dedicado à economia verde, azul e circular. Um evento que conta a história da evolução da sustentabilidade há cerca de trinta anos, transformando-se de uma feira sectorial numa plataforma internacional de diálogo entre empresas, instituições, investigação e novas gerações.
“A Ecomondo é a feira de referência para a economia circular na Europa, e poderia dizer também a nível global”, explica Alessandra AstolfiDiretor global de exposições da divisão Green & technology do grupo italiano de exposições, empresa que organiza a Ecomondo. “Caracterizamo-nos por um crescimento constante mas sustentável. Ampliamos as áreas expositivas e criamos novas estruturas, continuando a renovar-nos sem perder a nossa identidade”.
Novidades na Ecomondo 2025
O evento continua crescendo, tanto no conteúdo expositivo quanto na programação científica. No centro estarão acima de tudo dois tópicos principais: a reciclagem de lixo eletrônicoum tema crucial para a transição ecológica e a transformação sustentável da têxtil e de moda.
“Este ano teremos um grande foco na eletrónica, porque estamos a falar de materiais preciosos, matérias-primas críticas e fundamentais para a transição ecológica e energética”, afirma Astolfi.
Junto a isto, o Distrito têxtil adquire maior importância graças ao crescente número de empresas envolvidas no projeto que atuam na cadeia de fornecimento e têm como foco a sustentabilidade, engajando-se em práticas de ecodesign, redução de impacto e avanço tecnológico na reciclagem.
O 5 de novembropor exemplo, o Comitê Técnico Científico Ecomondo e a Associação Italiana para o Desenvolvimento da Economia Circular (Aisec), com a participação da Enea e da Confindustria moda em conjunto com importantes marcas do setor, trarão suas estratégias para tornar o setor mais circular durante o evento “Indústria têxtil made in Italy: desafios e oportunidades na perspectiva da economia circular – quais perspectivas futuras?”.
Um programa científico de alta intensidade
Mais de duzentos eventos – dos quais oitenta organizados pela Comissão Técnica Científica da Ecomondo, que sempre garantiu o rigor científico e a qualidade dos conteúdos – compõem uma programação que entrelaça pesquisar, indústria E política.
“Um dos nossos pilares é o rigor científico, porque só dados fiáveis e análises aprofundadas nos permitem abordar questões cruciais como o risco climático ou a gestão dos recursos hídricos”, sublinha Astolfi.
Veja esta postagem no Instagram
A par dos encontros técnicos e verticais dedicados às cadeias de abastecimento individuais – da água aos resíduos eletrónicos, dos têxteis à bioeconomia – o programa oferece também momentos de discussão abrangentes, capazes de abordar as questões transversais e mais urgentes do nosso tempo: crise climática, competitividade sustentável, comunicação responsável.
Os eventos estão marcados para os dias 4 e 5 de novembro Estados gerais da economia verde organizado pela Fundação para o Desenvolvimento Sustentável em colaboração com o Ministério do Meio Ambiente e Segurança Energética (Mase) e promovido pelo Conselho Nacional de Economia Verde, no qual será apresentado o tradicional relatório anual sobre a economia verde. Pela primeira vez este ano, a sessão plenária de 5 de Novembro decorrerá inteiramente em inglês, alargando ainda mais o âmbito internacional do evento. O debate será dedicado ao tema da competitividade sustentável, com especial atenção aos desafios e oportunidades industriais associados ao Pacto Ecológico Europeu.
Grande ênfase também na crise climática: sempre o 4 de novembrona palestra “Gerenciando riscos climáticos: ferramentas e obrigações de seguros para as empresas”, discutiremos o crescente impacto econômico de eventos naturais extremos e as novas estratégias de cobertura de seguros projetadas para ajudar as empresas a enfrentar esse tipo de risco.
No dia seguinte, o 5 de novembroO Bom fórum de comunicaçãocriado em colaboração com a Ferpi, envolverá representantes do mundo da ciência, da comunicação e do jornalismo, juntamente com gestores empresariais, numa discussão aberta e concreta sobre ferramentas, métricas e escolhas de comunicação, para demonstrar que a sustentabilidade e a competitividade podem – e devem – caminhar na mesma direção.
Internacionalização e diplomacia industrial
A perspectiva internacional atravessa todo o evento. Nos últimos meses a Ecomondo realizou um roadshow em Egito, Sérvia, Polônia e foi apresentado em Omã, Senegal E Tanzâniatrazendo a economia verde italiana para o Mediterrâneo e para além dele.
“Quase desempenhamos um papel de diplomacia industrial e ambiental, incentivando a participação de compradores e empresas estrangeiras e promovendo a Itália como uma excelência na economia circular”, afirma Astolfi. Delegações de cerca de quarenta países, do Norte de África à América do Norte, chegarão a Rimini para partilhar modelos de cooperação e transferência de tecnologia.
O 6 de novembropor exemplo, oFórum sobre crescimento verde em África será dedicado ao Plano Mattei e ao papel das parcerias público-privadas para o desenvolvimento sustentável do continente, contando com a participação da Estrutura de Missão para a implementação do Plano Mattei da Presidência do Conselho de Ministros, do Ministério do Ambiente e Segurança Energética, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, da Confindustria Assafrica & Mediterraneo e da RES4Africa.
Inovação e juventude no centro da Ecomondo
Durante anos, a Ecomondo apoiou o crescimento da inovação através da sua Distrito de inovaçãoo espaço dedicado startups e ai centros de pesquisa que este ano acolherá quarenta empresas emergentes nacionais e internacionais, das quais vinte de Marrocos e da Tunísia, selecionadas em colaboração com Ice, a agência italiana para a promoção no estrangeiro e a internacionalização de empresas italianas.
“A partir destes spin-offs universitários, muitas vezes nascem verdadeiros negócios em poucos anos – explica Astolfi – e mais de dez por cento dos que passaram pela Ecomondo conseguiram tornar-se uma empresa estruturada, um valor superior à média nacional”.
As tecnologias apresentadas vão desde inteligência artificial aplicado à reciclagem e monitoramento ambiental até biomateriais de origem marinha. Sexta-feira 7 de novembro em vez disso, será o dia dedicado aos jovens e às novas profissões verdes. “Queremos criar uma ponte entre as necessidades das empresas e as competências das novas gerações”, acrescenta Astolfi. Durante o dia, dedicado à orientação e Assuntos STEMempresas e estudantes poderão reunir-se para falar sobre formação, competências e empregos verdes.
Água, bioeconomia e cidades resilientes
A par dos grandes temas económicos e geopolíticos, o Ecomondo 2025 não esquece o valor da recursos naturaisantes de tudo ocachoeira. “O setor da água cresceu muito”, sublinha Astolfi. “Vamos falar de purificação, de água potável, de perdas de água, mas também de proteção dos ecossistemas e de valorização da água como um grande recurso”.
E também Pfas e poluentes emergentes no ciclo urbano da água e fontes alternativas de água para consumo humano, agricultura e indústria.
O programa inclui sessões dedicadas a Gestão europeia da água (Regulamentação da água na Itália e na União Europeia, 4 de novembro) et al papel do Mediterrâneo na cooperação ambiental (Horizontes azuis: colaboração transmediterrânica em clusters, 6 de novembro). Temas que se entrelaçam com a bioeconomia, o reflorestamento e as cidades resilientes, confirmando a ligação entre a saúde do planeta e a saúde das pessoas.
Vinte e oito edições da cultura da sustentabilidade
Em 2025 a Ecomondo comemora vinte e oito edições de atividades e com eles a evolução de uma linguagem. “Nascemos quando só falávamos de resíduos e de proteção ambiental, hoje lidamos com questões de desenvolvimento e competitividade. Acredito que a Ecomondo contribuiu para transformar a sustentabilidade num setor económico maduro, capaz de gerar valor e emprego qualificado”, lembra Astolfi.
Um caminho que também mudou a consciência cívica: “Trabalhámos e continuamos a trabalhar muito nos jovens, nas escolas e nas empresas. Não só a tecnologia deve crescer, mas também a cultura da sustentabilidade”.
O Ecomondo confirma-se assim como um observatório privilegiadoevolução da economia verdeonde empresas, instituições e cidadãos se reúnem para imaginarem juntos um futuro mais justo, mais competitivo e sustentável.