Lá Geração Zque cresceu num contexto de desafios ambientais globais, está no centro da transição para uma economia mais sustentável, impulsionando a mudança com uma forte sensibilidade ecológica e uma forte propensão para a chamada “empregos verdes”. Mudanças climáticas, gerenciamento de recursos e eficiência energética são questões cruciais para os jovens, muitos dos quais escolhem carreiras orientadas para a inovação tecnológica e ambiental. Por outro lado, a economia verde é um setor que necessitará cada vez mais de novas figuras profissionais, tanto em número como em competências.
De acordo com o relatório da Manpower, The greening world of work, até 2030 o setor poderá gerar até 30 milhões de empregos a nível mundial, com áreas como as energias renováveis, a eficiência energética, a gestão de resíduos e a economia circular a crescerem rapidamente. Em Itáliaestima-se criação de 250-300 mil novos empregosmuitos deles no economia azulum setor importante sobretudo num país como o nosso, com uma relação histórica e profunda com o mar.
Eventos dedicados à economia azul na Ecomondo
Ecomundoprogramado para Rimini de 5 a 8 de novembroé uma das principais feiras italianas de sustentabilidade e economia verde. Este ano, a feira deu especial atenção à economia azul e apresenta-se como um verdadeiro pólo de ligação de profissionais.
Como ele nos explicou Massimo Bellavistaespecialista sénior no setor das pescas e da aquicultura e membro do Ecomondo Stc para a economia azul, il pavilhão B8 foi inteiramente dedicado a este setor, com expositores internacionais e um conjunto de conferências e workshops dedicados à gestão e proteção dos ecossistemas marinhos.
Conversamos sobre assuntos como manejo de espécies invasorascomo o caranguejo azul, o diversificação da pesca e o promoção de novos alimentoscomo algas. “Graças à colaboração com uma startup da Emília-Romanha, será possível degustar chips de algas marinhas e descobrir os benefícios nutricionais deste alimento rico em sais minerais e de baixo impacto ambiental”, afirma Bellavista.
Economia azul: novas profissões e competências azuis
Foi também dedicado um enfoque especial profissões emergentes da economia azulcom uma conferência Sexta-feira, 8 de novembroconcebido para incentivar o diálogo entre especialistas, empresas e jovens e oferecer orientação sobre competências azuis, as competências específicas para profissões marítimas.
Segundo Bellavista, o setor da economia azul, que inclui atividades como a pesca, o turismo sustentável e a gestão dos recursos marinhos, exige cada vez mais competências técnicas avançadas e conhecimentos transversais: “O verdadeiro desafio é trazer ao diálogo diferentes setores económicos, como a pesca e energias renováveis e apoiar o desenvolvimento de atividades inovadoras”, explica Massimo Bellavista.
Na Emilia-Romagna, por exemplo, está previsto um importante projeto energia eólica offshore que oferecerá novas oportunidades aos pescadores e aquicultores locais: “Pensem nos pescadores subaquáticos que irão descalcificar as turbinas eólicas, invadidas por sedimentos e mexilhões, ou imaginem áreas destinadas à aquicultura dentro de parques eólicos offshore. Projetos deste tipo irão combinar competências de dois setores que tradicionalmente sempre viveram separados.”
Uma das oportunidades da economia azul reside, portanto, na capacidade de criar novas perspectivas profissionais. Bellavista cita, entre estes, figuras como blogueiro de frutos do mar e o operador de peixefunções interdisciplinares criadas para promover e valorizar o produto local com vista à sustentabilidade, combinando competências em biologia marinha, comunicação digital e comércio: “Precisamos de jovens que saibam promover o mar a todos os níveis”, afirma.
Economia azul: profissões tradicionais e novas chabilidades éespecificações
O sector da economia azul não só está em expansão, como também exigeevolução dos papéis tradicionais. Antes ligada sobretudo à pesca e aos transportes, hoje a economia marítima exige competências técnicas avançadas, competências de gestão, versatilidade e abertura à inovação. Já não basta saber navegar; você precisa ser capaz de gerenciá-los ferramentas digitaiscomo os novos dispositivos eletrônicos avançados de bordo, e monitorar constantemente os parâmetros ambientaispara garantir uma atividade sustentável e segura.
Gerir um negócio no meio do mar não é como fazê-lo em terra: é necessário um conjunto de competências específicas que combinem aspetos técnicos e ambientais.
Além disso, a indústria exige habilidades verdes específicascomo a gestão de resíduos recolhidos no mar e devolvidos à terra para serem incluídos numa cadeia de reciclagem: “Em colaboração com a startup grega Enaleia, que coordena as atividades de limpeza dos mares Adriático e Mediterrâneo, temos uma iniciativa inovadora que envolve os pescadores de Rimini, onde redes de pesca não utilizadas ou capturadas acidentalmente são recuperadas para reconstruir fios e produzir meias”, diz Bellavista.
Treinamento e oureentrada: um neu ouço crústico
Para os jovens da Geração Z, a economia azul representa uma oportunidade real. No entanto, novamente de acordo com o relatório da Manpower, o 94 por cento das empresas lutam para encontrar profissionais com competências ambientais e ambientais 70 por cento planeja contratar talentos especializados.
Esta discrepância entre oferta e procura é um limite que Bellavista acredita ser essencial superar, especialmente em Itália, onde faltam rotas estruturadas para quem deseja seguir carreira neste setor. “Até à data, não temos escolas do mar que formem jovens de forma completa e estruturada, com percursos que os preparem para enfrentar a diversidade das profissões do mar”, observa Bellavista, sublinhando que já não basta passar o trabalho de pai para filho; são necessários caminhos transversais, atualizados e alinhados com as necessidades do mercado.
Por esta razão, Bellavista espera por um verdadeiro mudança cultural: “Para algumas qualificações marítimas, ainda é necessária formação em navios a vapor. Precisamos de uma oferta formativa que reflita as necessidades de hoje e as perspetivas de amanhã.”
O futuro da economia azul na Itália e na Europa
Olhando para o futuro, Bellavista está confiante de que a economia azul continuará a crescer, com o apoio da União Europeia. Entre os setores com maiores perspetivas, a aquicultura, os serviços de monitorização marinha e o turismo sustentável estão na vanguarda.
Um exemplo de educação e sensibilização estará presente na Ecomondo com a participação de Hendrik Kramerum jovem pescador holandês que pratica pesca sustentável. “Queríamos envolver Hendrik para mostrar aos jovens italianos como a pesca pode ser realizada de forma sustentável e em linha com as estratégias europeias para o crescimento azul”, conclui Bellavista
Concluindo, o Ecomondo 2024 será um importante ponto de encontro para descobrir o potencial das profissões da economia azul. Para a Geração Z, que vê a sustentabilidade como uma missão e uma oportunidade, esta feira representa não só uma oportunidade de discussão, mas também uma porta aberta para um futuro em que o mar não seja apenas um recurso, mas um património a preservar e valorizar. .